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Fim da imunização começa ser discutida em Mato Grosso
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Mato Grosso é sede da 1ª reunião do Bloco V que trata das ações e do planejamento do Plano Estratégico 2017-2016 do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa (PNEFA), que prevê a retirada total da vacinação no país até 2023. O encontro começou hoje na sede do governo do Estado, o Palácio Paiaguás, e segue até o dia 21. Integram o Bloco V, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso e os pecuaristas deste grupo devem parar de vacinar o rebanho em 2021, com expectativa de reconhecimento internacional em 2023.
Atualmente, o Brasil é considerado, na maior parte das regiões, livre da febre aftosa com vacinação. Não há focos registrados da doença desde 2004. A intenção é retirar totalmente a vacinação do país entre 2019 e 2023, quando o Brasil deverá ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como livre da doença sem vacinação.
O evento reunirá representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT) e dos serviços veterinários dos estados integrantes, classe política, setor produtivo e industrial, sindicatos e conselhos de classe.
As diretrizes básicas do PNEFA preveem gestão compartilhada entre governos e iniciativa privada, aperfeiçoamento das capacidades do Serviço Veterinário Oficial (SVO), regionalização das ações, sustentação financeira, adequação e fortalecimento do sistema de vigilância, agilidade e precisão no diagnóstico, previsão de imunógeno (partícula, molécula estranha ou organismo capaz de induzir uma resposta imunológica) para emergências veterinárias, cooperação internacional e educação em saúde animal.
Um dos maiores patrimônios de Mato Grosso é o rebanho bovino de 30 milhões de animais, o maior do país. E a mudança de status sanitário, de zona livre de febre aftosa com vacinação para zona livre de febre aftosa sem vacinação, permitirá a abertura de novos mercados para os produtos e subprodutos de origem animal produzidos em território mato-grossense.
Para a presidente do Indea/MT, Daniella Bueno, ser sede da primeira reunião do Bloco V é muito importante dada a dimensão da produção mato-grossense. “Temos o privilégio de termos um excelente relacionamento com a Superintendência Federal do Ministério da Agricultura em MT e com a cadeia produtiva do Estado. Para que o Plano tenha êxito é necessário que haja interação das partes envolvidas nesse processo. A participação de todos os entes da cadeia produtiva será fundamental para o fortalecimento da defesa sanitária e o avanço para a retirada da vacinação”.
O Plano Estratégico está alinhado com o Código Sanitário para os Animais Terrestres, da OIE e as diretrizes do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa), em prol também da erradicação da doença na América do Sul.
Plano Estratégico prevê a retirada total da vacinação no país até 2023. Os estados foram divididos em cinco blocos pecuários para que seja feita a transição de área livre da aftosa com vacinação para sem vacinação. Integram o Bloco I, Acre e Rondônia, o Bloco II: Amazonas, Amapá, Pará e Roraima, o Bloco III: Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte, Bloco IV: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins, e, Bloco V: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
DOENÇA – O vírus da febre aftosa é altamente contagioso. O animal afetado apresenta febre alta que diminui após dois a três dias. Em seguida, aparecem pequenas bolhas que se rompem, causando ferimentos. O animal deixa de andar e comer e, no caso de bezerros e animais mais novos, pode até morrer. A transmissão pode ocorrer por meio da ingestão de água e alimentos contaminados pela saliva de animais doentes. O vírus é resistente, podendo sobreviver durante meses em carcaças congeladas. (MP)